NUA

     Eu quero ter uma mente NUA, liberta das mesmices do dia-a-dia. Das pessoas sinicamente sorrindo nas caras de revistas, na tv, redes sociais, nas ruas, fashionistas sem conteúdo.

     Eu quero lavar-me NUA na água da chuva como se fossem perfumadíssimas fragâncias VIPS, mas sem nenhuma fixação.

     Eu quero passear NUA dentro de um luxuosíssimo carro top de linha, longe de condutores arrogantes, impacientes com sua empáfia estampada na face tornando-se até criminosos sem punição.

     Eu quero andar NUA, distante de pessoas fúteis, repletas de grifes com suas contas no vermelho.

     Eu quero andar NUA, despida dos marketings impostos por empresas midiáticas, muitas vezes sem expressar nada.

     Eu quero andar NUA, livre dos preconceitos de beleza, postura e muitos outros... preconceitos contidos numa sociedade moldada com padrões pré-estabelecidos por políticos corruptos.

     Eu quero viver NUA, voando com meus próprios pensamentos, ideias, sonhos e aspirações.

     Eu quero nadar em praias selvagens, límpidas, de areias brancas. Ao lado da natureza imaculada das poluições das pessoas, sem educação, respeito, dignidade pelo próprio ser e todo a natureza.

     Eu quero percorrer estradas infinitas até chegar a um porto seguro de insondável beleza, segurança e qualidade no viver.

     Eu quero cavalgar num corsel branco com as nuvens no céu por campos verdejantes, sentindo a brisa fresca do vento soprando por todo meu corpo.

     Eu quero deixar fluir meus sentidos absorvendo a seiva vigorosa da vida, dançando a minha volta.

     Eu quero sentir os sentimentos puros, sublimes, intensos. Impregnando minha nudez, servindo de vestimenta o vazio do meu coração.

NUA, NUA, NUA eu assim quero sobreviver até o sopro da vida esvair-se do meu ser.

Rejane Noronha